sábado, 6 de novembro de 2010

Viver coisas novas


O céu mais estrelado do mundo lá fora. E eu continuo sentada na frente do guarda-roupa pensando no que vestir. A musica no ultimo volume me faz querer cantar junto. Não há planos, a única sensação que tenho no peito é de liberdade. Do algo novo que bate a porta.

Onde antes havia saudade, um dos poucos vestígios seus que me sobraram, hoje há muitas partes de mim, e quando fecho os olhos não vejo mais cenas do passado, e sim uma infinidade de novas escolhas, novas chances e uma nova mulher que não precisa de desculpas ou de ausências.

Eu sou uma nova presença requisitada por novas vozes do outro lado da linha, ou as mesmas vozes familiares, mas nenhuma delas é você. Acabou meu exílio, e minha espera interminavél pelo que não deveria mais ser parte da minha vida.

Planos e expectativas frustradas, sim. Mas já chorei demais por isso. Hoje só consigo rir. Rir de tudo que se foi, rir de mim mesma por me permitir tais situações. E dizem que rir de si mesmo é o caminho inicial para a felicidade plena. Sou eu assim, cheia de vontades. Com todas as janelas do carro abertas, e sem me preocupar se o vento vai ou não bagunçar todo meu cabelo. Canto alto uma musica que fala sobre (Re)começo.

Do meu lado, só pessoas que me querem bem. Só aqueles que preferem me fazer gostar mais, ao invés de me pedir para ser menos.

Sou eu de novo, com asas recuperadas e estou saindo para ver o sol.

Encontro-me em plenitude, sentada de frente pro mar, com "Jack Johnson" grudado no ouvido. E meu Deus, como eu preciso de paz. Como eu preciso de luz, para mim, para os que me cercam. Como eu preciso afastar de mim todos que dizem me amar, mas não sabem o que fazer com isso. Que me magoam mais do que os que declaradamente dizem me odiar. Cansei de toda essa insensatez de espirito, de gente que não se doa, não se manifesta, não se preocupa. Não basta dizer que gosta, se não me deixar sentir em todas as horas do meu dia esse tal gostar. Não me diz nada, se não tiver a intenção de demonstrar. Melhor assim.

Me deixe ser inteira com a minha vida em harmonia. Não me ofereça suas metades. Não as quero. Não te quero às vezes, quando não há nada melhor para fazer. Se for me querer, tem que ser em tempo integral, com toda a minha insanidade de ser. Se não posso contar contigo em todas as horas, não quero contar contigo em hora nenhuma.

Lembro-me de como eu era leve, antes de conhecer toda essa falta de zelo de quem eu zelo tanto. É isso que eu quero, voltar a ter essa leveza de espirito. Sentir sem medo. E por favor, meu Deus, como eu quero reciprocidade em todas as partes do meu sentimento.

Não quero mais manter um olhar vazio sobre o celular e sobre o relogio, até que ele ligue e acabe com minha espera. Quero esquecer que um dia inventaram o telefone, ou partiram o tempo em horas. Quero sair sem hora para voltar. E não esperar pela volta de mais ninguém. Ser for para ser só, serei só felicidade daqui para frente.

E o que não for me fazer rir até o espirito dançar, que nem me chegue, e se chegar que não me atinja, não me interesse, e não me fira.


Deixo aqui um sentimento de (Re)começo. Depois da queda, o passo de dança.


( Ouvindo: "Sexed Up" - Robbie Williams )

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Miss Brightside.


Olha lá a moça, deitada de olhos fechados parece tão calma, tão serena. Todos dizem que ela é a paciência. Ninguém sabe, ninguém vê. Nesse peito há tanto desassossego que a moça não dorme, não come, não desliga. De olhos fechados para o mundo, pensamento aberto em um mundo inventado. Seu mundo de boas invenções, amores certos, e o moço que abraça e perfuma ambientes. Ninguém sabe, ninguém vê, que nela tudo salta, tudo pula, tudo palpita. Sua alma grita. Seu coração agita. Porque na boca ela carrega o coração e o desassossego na bolsa, ao lado o celular e do batom;

Quando ela brinca de se colorir, ela colore o mundo. A sua tela nunca fica em branco, porque o mundo precisa da tabela infinda de cores para ser um pouco mais feliz. E quando ela brinca de musicar a vida, canta suas musicas, espalha suas histórias. Divide seu amor para quem ousa ouvir. Não há silêncio triste. Não há preto e branco melancólico. Tudo é luz. Tudo tem cor. Tudo tem ar de salão de festa, com gente dançando e sorrindo.

A moça que desassossega no mínimo um milhão de vezes ao dia. Encontra a paz onde o coração se esconde. Se chove, a dança é na chuva. Se faz sol, a pele agradece a pincelada de cor. Se venta, os cabelos brincam no vento. E seja lá o que vier sempre será recebido assim. Com bons olhos, e uma vontade de ser alegre, de um jeito nunca antes conhecido. Anos olhando em volta com um certo desespero, vivendo de procuras inúteis, ao olhar pra cima encontrou mais do que estava a procurar. Desligar-se do solo. Tocar o céu com o coração. Santuário.

A moça então percebe então que recebeu um presente divino, seu "Brightside", Olhar clínico para o bem das pessoas e das situações. Ser otimista apesar dos contrários que tentam provar que nesse mundo não há bondade. Que para não sofrer, é necessário um coração de pedra, e um sentimento de "não se importar com nada além de si mesmo".

Adeus, mau agouro. Dentro da menina ela ainda dança. E ama, e ora, e deseja.

De tão inteira que sou, as vezes me divido e me empresto. Meu prazo é indeterminado, e essa ignorância de nunca saber quando será o ultimo dia de emprestimo, eu decido brincar de eterno enquanto dure.