sábado, 26 de junho de 2010

Ben & Me, Tonight.

Dez horas da noite. Lua Cheia lá fora. Noite fresca, nem calor, nem frio. Sexta-Feira.
O dia em que todos saem de sua rotina de pessoas sérias e responsáveis que trabalham e estudam para o futuro e vão ser pessoas leves e divertidas que só querem uma coisa: Ser Feliz no presente.
Desisti da noite lá fora. Tomei meu banho quente. Peguei minha xícara de chá e o controle da tv. Há tempos não estava tão tranquila. Desisti de tentar resolver os amores mal resolvidos da minha vida. Dei-me a chance de apenas sentir tudo que me vinha, sem questionar.
Aquele estado de aceitação que as vezes nos bate e nos traz paz.
Mas o universo está sempre conspirando, e de repente eu ouvi o ronco familiar do motor em frente casa. A musica que eu conhecia tão bem vindo do interior do carro. Senti o coração descompassar. As pernas de tanto tremer não me ajudavam a levantar do sofá para certificar-me de que o que eu temia e o que mais ansiava estava a minha porta.
Abri a porta. Sorri. Ele me sorriu de volta. Sem dizer nada. Mostrou a sacola com o slogan do meu restaurante preferido. Com seu perfume que transpõe paredes, e corações de mocinhas apaixonadas. Lá estava Ben. Com a jaqueta verde musco que eu tanto adorava. Com a camisa preta que deixava ainda mais charmoso. Com tudo tão dele, que de tanto eu gostar era um pouco meu também. Sabe aquelas coisas que a gente percebe tanto no outro e acaba tomando pra si. "Eu amo quando você sorri e aparecem aquelas covinhas na sua bochecha. Eu queria fotografar e deixar do lado da minha cama, para vê-las ao acordar ou ao dormir." ou "Eu amo quando você esquece que há pessoas a sua volta e dança de olhos fechados, como se estivesse tendo um romance secreto com a música."
Lá estava Ben. E como se fizesse isso todas as noites, abriu meu portão, me abraçou alguns segundos que pareceram horas. E enquanto eu tentava resolver a briga entre meu corpo que me implorava para agarra-lo e nunca mais soltar, e minha alma que flutuava em algum lugar no espaço sem me ouvir, ele adentrou minha sala, depois minha cozinha com uma naturalidade que me embebecia.
Enquanto pegava os pratos no armário, os talheres , e ajeitava tudo na mesa da sala, ele dizia:
- Estava com saudade, passei a semana pensando em você. Parecia perseguição. Quando entrava no radio tocava aquela musica que você gosta da mulher gritando como se tivesse espantando alguém de si, mas ela apenas está dando o ombro para alguém chorar. Quando eu entrava no elevador aquela outra cantora que você tanto gostava me dizia o que você disse quando foi embora: "Mr. Blue, i say that I love you, please believe me. Mr. Blue, I have to go now, Darling don't be angry". Todos os lugares tinha algo que me lembrava você. Até que hoje quando estava em um bar com os amigos do trabalho( aqueles que dizem o quanto você é divertida e não entendem como eu te deixei ir), entrou uma moça com uma bota vermelha, e eu lembrei de quando eu te conheci, e a primeira coisa que você me disse foi: "Estava na duvida se você estava olhando pra mim ou para minha bota." Era o ultimato do universo, como você sempre diz. Você me ensinou a ver sinais em tudo que é coisa desse mundo. Então antes que você pergunte é por isso que eu passei duas horas na estrada para chegar aqui. Eu ainda gosto muito de ti.

- Eu nunca deixei de gostar.

Então, Ben estava de volta. E eu voltei a me sentir gigante por dentro. Tem coisas que só ele causa e ele sabe. Ele sabe.

sábado, 5 de junho de 2010

Te digo (pedaços de mim)


Eu sou doce a maior parte do tempo, mas tem dias que eu acordo acida e não quero melodrama. Não quero falar da crise politica, do final da novela ou simplesmente não quero falar.
Eu adoro agito, adoro uma festa, adoro companhia, adoro longas conversas sobre todos os assuntos do mundo. Mas há as vezes em que eu só quero silêncio, meia-luz, e um ombro para deitar e dormir.
Penso sempre que o dia que eu encontrar alguém que aceite e goste de todas as minhas facetas, juro que caso. De vestido branco, papel passado, festá pós cerimônia. Tudo como manda a tradição. Mas não aceito me doar pela metade. Ou aceita todas as mulheres que vivem em mim, ou não aceita.
Até lá continuo feliz sozinha. Aprendendo a lidar com todos esses lados de uma mulher que numa hora é princesa e na outra é feiticeira.
Então me deixa continuar vivendo meus delírios, minhas histórias tão malucas quanto os filmes do Tim Buton. Me deixa viver que essa é a minha especialidade.
Viver do meu jeito ancioso e preguiçoso, mas ao mesmo tempo tão extravagante e impulsivo.
Por que não se deve tentar mudar a essência das pessoas. Eu nasci teimosa, moleca, princesa, mulher, as vezes sedutora, as vezes tímida. Mas se você me aceita e me pede para ficar, eu faço da sua vida uma festa diária. Sem rotina. Sem motivo pra preguiça. Sem pedaços de corações jogados pelo quarto.

Te darei o seu proprio final feliz.

Ps: Louca e Santa como ja dizia Martha Medeiros. Assim que toda mulher nasce.