segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Miss Brightside.


Olha lá a moça, deitada de olhos fechados parece tão calma, tão serena. Todos dizem que ela é a paciência. Ninguém sabe, ninguém vê. Nesse peito há tanto desassossego que a moça não dorme, não come, não desliga. De olhos fechados para o mundo, pensamento aberto em um mundo inventado. Seu mundo de boas invenções, amores certos, e o moço que abraça e perfuma ambientes. Ninguém sabe, ninguém vê, que nela tudo salta, tudo pula, tudo palpita. Sua alma grita. Seu coração agita. Porque na boca ela carrega o coração e o desassossego na bolsa, ao lado o celular e do batom;

Quando ela brinca de se colorir, ela colore o mundo. A sua tela nunca fica em branco, porque o mundo precisa da tabela infinda de cores para ser um pouco mais feliz. E quando ela brinca de musicar a vida, canta suas musicas, espalha suas histórias. Divide seu amor para quem ousa ouvir. Não há silêncio triste. Não há preto e branco melancólico. Tudo é luz. Tudo tem cor. Tudo tem ar de salão de festa, com gente dançando e sorrindo.

A moça que desassossega no mínimo um milhão de vezes ao dia. Encontra a paz onde o coração se esconde. Se chove, a dança é na chuva. Se faz sol, a pele agradece a pincelada de cor. Se venta, os cabelos brincam no vento. E seja lá o que vier sempre será recebido assim. Com bons olhos, e uma vontade de ser alegre, de um jeito nunca antes conhecido. Anos olhando em volta com um certo desespero, vivendo de procuras inúteis, ao olhar pra cima encontrou mais do que estava a procurar. Desligar-se do solo. Tocar o céu com o coração. Santuário.

A moça então percebe então que recebeu um presente divino, seu "Brightside", Olhar clínico para o bem das pessoas e das situações. Ser otimista apesar dos contrários que tentam provar que nesse mundo não há bondade. Que para não sofrer, é necessário um coração de pedra, e um sentimento de "não se importar com nada além de si mesmo".

Adeus, mau agouro. Dentro da menina ela ainda dança. E ama, e ora, e deseja.

De tão inteira que sou, as vezes me divido e me empresto. Meu prazo é indeterminado, e essa ignorância de nunca saber quando será o ultimo dia de emprestimo, eu decido brincar de eterno enquanto dure.

6 comentários:

Anônimo disse...

O texto é seu mesmo. Se for lhe dou meus parabéns pois você escreve muito bem!

Raissa;* disse...

É umas das minhas brincadeiras preferidas, essa de brincar " que seja eterno enquanto dure"...
Sem palavras, bom seu texto! Fiquei de coração leve e alma lavada depois dele!
Beeijo ;*

Anônimo disse...

Flor, encontrar-se em meio a esse caos que diarimanete vemos emergir nas pessoas, é o que adoça aquele gostinho na boca, antes, sem sabor. Doar, dividir-se e mesmo assim continuarmos com todos os nossos pedaços; agregando outros e deixando alguns, mas ainda está ali, viva. Sobrevivendo com ausências e não-ausências... é tão bom chegar nesse degrau, sem olhar cada novo patamar da escada. Apenas subi-la com fé, e nossa dedicação interior de amar.
Beijo flor.

AninhaGR disse...

Poeticamente maravilhoso teu texto, amoraa. Além de muito bem escrito, traz consigo uma leveza de alma, uma serenidade feliz no aceitar, um prêmio divino.
Parabéns, flor. Te superas a cada texto. Beijo!

Taíse Marques disse...

"Porque na boca ela carrega o coração e o desassossego na bolsa, ao lado o celular e do batom;"

Me vi nesse trecho, PRINCIPALMENTE. Porque o texto todo falou de mim e por mim :)
Parabéns por esse seu DOM de escrever :*

Aline Goulart disse...

http://embuscadasensibilidade.blogspot.com/
Esse é o meu novo endereço, espero vc lá me seguindo também. Beijinhos